sexta-feira, 18 de abril de 2008

Solidão

Solidão me faz sonhar com o amor perfeito,

Solidão me joga nos braços de quem não conheço,

Fecho os olhos e beijo a mulher dos meus sonhos,

Amo todos os dias uma amor diferente,

Ao meu redor um campo de flores,

Uma diversidade de cores, de nomes,

De cheiros e sabores.

Atraído pela beleza dos corpos,

Encho-me de ilusões.

Tudo por um pouco de prazer,

Por um pouco de carinho, migalhas de amor...

Sou eu mulher amarga, vazia e sem pudor.

Sou eu homem carente nos braços da meretriz.

Tenho sede e tenho fome de prazer,

Sinto frio e não consigo me aquecer.

Quão imenso é meu leito sem a presença

De alguém para amar de corpo e alma,

Entregar-me por inteiro já não mais consigo.

Às vezes rio, às vezes choro, às vezes brigo

Com as paredes do meu quarto.

Quarto que mais parece uma prisão,

Sou eu poeta, compondo inspirado pela desilusão

De não ter mais o amor de quem eu tanto amei.

Hoje, nem amor nem ódio.

Nem arrependimento nem perdão.

Meu mundo tornou-se uma ilha,

Agora somos somente você e eu

Detestável solidão.