terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Espera II

Esperando-te com suspiros de saudade,

Sonhei contigo à beira do caminho,

Regressando arrependida, e entre soluços

Tuas lágrimas regavam a terra árida.

Teus passos faziam uma trilha,

E o vento apagava tuas pegadas.

Pequenas ilhas se formavam ao redor dos teus sonhos.

Cada sonho era como um continente, cada ilha uma prisão.

Escolheste então ser exilada na ilha do meu coração.

Sofres resignadamente, sofro desesperadamente.

Teu corpo, tua alma ainda incendeia de paixão.

Em tua cama agora vazia jaz o calor dos meus desejos.

Sei que um dia em teus lençóis umedecidos de saudade,

Desejará novamente meu amor como a corça anseia por água.

Não há como esquecer tão intenso, puro e verdadeiro sentimento.

Suplico-te compaixão, para que meus versos não sejam um eterno lamento.

Foges de mim, como se pudésseis fugir da tua própria sombra.

Como pode tão lindo amor ser atirado no mar do esquecimento?

É teu meu coração, são tuas as chaves da minha prisão.

Não sou dono da tua alma, mas guardo os teus segredos.

Sou a razão dos teus sonhos, sou a origem dos teus medos.

Não te importas se te espero, se te amo, se te quero?

Saibas que já não vivo! Só ao teu lado minha vida tem sentido.

Se tens as chaves das minhas cadeias, liberta-me, ama-me!

Livra-me desse tormento!

Vivo a te esperar, pensando em ti a toda hora,

A todo instante, a todo o momento.

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