quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Espera

Te esperei com suspiros e flores,

Sonhei contigo à beira do caminho

Regressando arrependida, e entre soluços,

Tuas lágrimas regavam a terra árida.

O vento apagava tuas pegadas,

Mas, pequenas ilhas se formavam ao teu redor.

Eram sonhos, cada sonho uma ilha, cada ilha uma prisão.

Mas teu exílio ainda era a ilha do meu coração.

Abriste mão dos teus castelos, e toda ostentação.

Mas, palavras são somente palavras,

Resquícios, resíduos de paixão.

Teu corpo, tua alma, tua cama,

Outrora pequena, agora jaz vazia.

Tuas lágrimas umedecem teus lençóis.

Tuas fantasias, teus desejos não ocultarás.

Fugindo talvez, possa evitá-los.

Ou jogá-los num mar de solidão,

E em vão será todo e qualquer passo

Que não possa amenizar tua espera.

Não possuo a tua alma, mais guardo teus segredos.

Sou a razão de teus sonhos,

Sou a origem de teus medos.

Mas, já não te importas se te quero,

Se te amo, se também te espero.

São tuas as chaves de minhas cadeias.

Tu és a bela e eu sou a fera,

Salva-me, liberta-me

Se é tua a minha espera.

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