quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Esquadrinhando uma alma

É a

É a vida que te ensina ser assim,

Eu vejo as marcas no teu rosto,

Teus traços tristes e cansados

Revelam a angústia que te aflige.

Como se fosse a única coisa que aprendeste,

Chorar parece que te faz bem,

Mal sorri de verdade como se não tivesse motivo,

Tão somente para ser infeliz,

Será tua pseudo-inércia afetada

Pela ansiedade contínua que te faz correr.

Tropeçaste tanto, e nem ao menos

Andas sem que teus calos doam,

Sem que possas evitar um caminhado manco.

Talvez fosse melhor ter nascido com asas,

Mesmo correndo o risco de sofrer maiores tombos.

Quem sabe lá se fosses tu poderoso,

Faria homens e mulheres teus escravos,

Embora argumentasse muita liberdade.

Não te engana a gana de conquistar,

São teus sonhos ínfimos demais para

Ser chamado de ambicioso ou audacioso.

Escondeste a verdade como se dela

Pudesse alguém fugir ou se esquivar.

Revela-te ainda inseguro em teus caminhos,

Parece não saber em que perseverar,

Se na luta ou se na labuta indolor

De tentar transformar o que tu vês,

Tudo, como se nada pudesse te agradar,

A não ser as imagens atraentes do sexo oposto.

Tanto prazer não te bastaria,

Tanta ilusão consumiria tua alma,

É somente pálida tua aparência,

Ligeiramente mórbido é teu olhar.

Beleza em demasia corrompe tua humildade.

Nem tão belo, nem tão insignificante.

A expressão própria de uma vida meio amarga,

E ainda são tão poucas idéias coerentes,

Se faz preciso mais lógica em teus pensamentos,

Deixando de ser transcendental e metafórico.

A razão te cobriria de muita honra,

Como célebre hóspede, mestre em artes,

Pousando em lugares inusitados,

Para contemplar maravilhas e divagar.

Alimentando-se de novas filosofias

Mais pragmáticas e menos utópicas.

É realmente muito complexa tua existência,

Mais fácil seria descrever a sonoridade

Dos sinos pontuais da antiga catedral,

Que enche teus olhos de encanto e fazem

Teu coração transbordar de orgulho.

Existe um espaço que apenas tu podes ocupar,

Eis um lugar que carece de tua presença,

Assim como careces tanto de amor fraterno,

Embora não te respaldassem como mestre,

Teu sobrenome nobre corresponde ao sangue

Da tua raça mestiça, e teu intelecto desenvolvido,

São apenas dois caminhos, duas opções.

Que a tua inconstância não te faça mais sofrer.

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